quem sou?

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Cigarros e café, calmo e agressivo que acaba empaticamente apático. No inverno se sente bem e olhando para o oceano sabe que nada mal pode acontecer.

domingo, 29 de maio de 2011

neuró

Gritar, até meus ouvidos sangrarem, para não mais ouvir, para esquecer, para fugir, flertando com o nada, almejando o desaparecimento, de saco cheio, não sei, realmente não sei, perdido, fudido, desejo louco de queimar e desaparecer.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Berne

A sua cabeça se assemelha a uma partida de sinuca, depois da tacada inicial as bolas entram em caos, algumas caem na caçapa e se perdem para sempre, outras se juntam com outras enquanto outras se batem tão violentamente que acabam causando estrago. E assim são seus pensamentos, um batendo no outro, se juntando, se espalhando e se perdendo nos buracos da caçapa. E a mesa é tão pequena, tão apertada para tantos pensamentos que ele se sente sufocado, como um peixe fora da água, sempre tem alguém que dá uma tacada e fode com a porra toda! E o tempo todo está se concentrando para se manter na realidade, não vomitar nenhum pensamento, tentando não ofender ninguém com suas fugas mentais, simplesmente certas pessoas nascem assim, perdem-se em pensamentos e quando dão por si o cigarro está apenas em brasa sendo que elas deram no máximo duas tragadas.
Corresponder ao mundo externo?
Talvez eu realmente não sirva para nada,
nem para ser um mau exemplo, nem para incomodar, é melhor deixar pra lá, no fim tanto faz, tudo vira pó.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

antígeno de superfície

não sei beijar

não sei trepar

não sei cantar

não sei tragar

não sei pensar

não sei respirar

não sei aproveitar

não sei amar

não sei conversar

não sei enganar

não sei parar

não sei caminhar

não sei chorar

não sei nada

mas gosto

gosto de ser nada

e assim acabar sendo alguma coisa

gosto de não conseguir dormir

e ler a madrugada inteira

gosto do céu noturno e nirvana

gosto de café e ficar triste

gosto de sujeira e sal

gosto de provocar e me desculpar

gosto de cigarros

gosto de vodka

porque ela me faz esquecer de tudo isso

domingo, 15 de maio de 2011

claro como cristal

Você sabe que ninguém liga
para flores e anfetaminas,
se você tem um bom lugar e consegue dormir

Você sabe que ninguém vai ligar
se você nunca mais cantar
você sabe que nada vai te trazer aqui

O tapete lembra areia,
o estômago sempre queima
ele sempre acaba
com as nossas manhãs

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Momentos híbridos

Antigamente era um coração normal, vermelhinho e fofo, mas com o passar do tempo e com o fogo das paixões acabou se tornando um pequeno pedaço de carvão.
Então ele se mantém distante, longe da ocitocina, dopamina e etc, pois sabe que é capaz que durante a próxima paixão esse pedaço de carvão possa se consumir até restar apenas cinzas.
Ao mesmo tempo ele escuta uma canção cujo refrão é:

"... que ninguém nesse mundo é feliz tendo amado uma vez..."

E o que ele faz?

Toma mais um copo de vodka para que o carvão queime mais rápido.

domingo, 8 de maio de 2011

loraC

Ela escutava o som em uma concha pra tentar fugir dali, sem garça.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

verdade bem escondida

Gosto do sol, do verão, mas não sei porque o inverno me faz tão bem, o frio me deixa tão calmo, talvez seja a quantidade excessiva de cigarros, não sei como algo que acelera minha degeneração celular pode me fazer tão bem, talvez seja por isso que a maioria das pessoas passam a maior parte da vida procurando alguém pra amar, sabe, você nasce sozinho e vai morrer sozinho, então precisa passar a vida com alguém, até que eu entendo isso......... mas e as pessoas como eu, que buscam a temperatura perfeita da ebulição da água pra fazer café com a quantidade exata de pó, açúcar e leite com a safra perfeita de tabaco?