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Cigarros e café, calmo e agressivo que acaba empaticamente apático. No inverno se sente bem e olhando para o oceano sabe que nada mal pode acontecer.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

01/11/

Eu era uma minhoca, e estava entediado, de saco cheio dessa vida de minhoca. Esperei o sol central do meio dia e me estiquei sob a calçada esperando o calor do verão me secar, assim que a água do meu corpo se torna-se escassa o suficiente para minha respiração cutânea eu morreria.
Esperei e esperei e nada de morrer.

Então resolvi voltar para a sombra de uma grande pedra que ficava no meio do jardim. Lá descobri que eu era um besouro, um desses besouros pretos e sem graça e entendi porque não morri esturricado na calçada. Então decidi entrar na casa, não pude voar e fui caminhando lentamente, cheguei lá quando era quase noite e a primeira pessoa que vi tentou me matar mas não conseguiu, ela chamou mais uma pessoa que pegou uma vassoura e tentou me acertar e a única coisa que fez foi me empurrar para um buraco que havia num rodapé.

Fiquei lá por um tempo até que acenderam a luz da cozinha e vi um aguilhão e a cauda inteira de um escorpião bem na minha frente. Fiquei branco. É de conhecimento geral a morte terrível que esses malditos escorpiões causam. Seu veneno queima e paralisa e depois somos devorados vivos demoradamente.
Sai correndo, subi pela parede e me enfiei no forro. Começou a chover, uma goteira formou um lago escuro na minha frente
Ali fiquei quieto escutando os ratos festejarem durante a noite. Os primeiros raios de sol da manhã banharam meu lago pela rachadura da goteira, então ali vi meu reflexo. Fiquei pasmo, um escorpião amarelo me encarava, parado, só esperando.
Merda!!!
Descobri que eu era o maldito escorpião, o tempo todo.
Vida chata...

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